segunda-feira, 4 de maio de 2009

O DL recomenda: em Beja

Tem muito para ver a cidade de Beja (e arredores). Para os amantes de história, porém (e excluindo os ditos arredores, por agora), convém anotar:

Museu Regional de Beja (Museu Rainha D. Leonor) - não esquecendo o Núcleo Visigótico, instalado na Igreja de Santo Amaro

Espaço Museológico da Rua do Sembrano

Este último espaço é uma "janela" aberta para uma pequena parcela do subsolo da cidade: caminhando sobre o chão de vidro resistente é possível vislumbrar as ruínas postas a descoberto. Uma dessas ruínas, curiosamente, veio contribuir para a falência de uma "certeza" tradicional da história de Beja. Até há relativamente pouco tempo acreditava-se que Pax Julia teria sido uma cidade fundada pelos romanos, de raiz. Contudo, foi encontrada e identificada naquele local parte de uma espessa muralha pré-romana... sinal inequívoco da existência da cidade antes dos romanos, em algum momento da chamada Idade do Ferro.

Assim sendo, também o estudo da romanização e proto-história de Beja pode dizer muito sobre igual momento da cidade de Lisboa. Parece ser ponto assente que, logo após a derrota de Viriato, surgindo a empresa de Décimo Júnio Bruto a partir de Lisboa (que "fortificou"), o território a Sul do Tejo já não deveria constituir problema para os romanos.
Seria Beja parte de um território amigável - região "tartéssica" ou "cónia" - que afinal de contas também respirou de alívio com o fim de Viriato (e antes, dos Cartagineses)?
Serão aqueles vestígios da própria Conistorgis, cidade principal dos Cónios, destruída pelos Lusitanos? Ironicamente, talvez o tempo o diga...