quarta-feira, 27 de maio de 2009

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Morreu João Bénard da Costa

Deixa saudades e um labor notável em prol da Sétima Arte (da cinefilia em particular, mas não só).

Em 2006 noticiámos o ciclo "Como o Cinema era Belo" (aqui). Associado a esse ciclo ficou-nos o livro, obra de Bénard da Costa, que recomendo vivamente.
Contagiou-nos a sua paixão, nós agradecemos. Até sempre!


A notícia:
http://www.tvi24.iol.pt/cinema/joao-benard-da-costa-morte-cinema-cinemateca-google/1065216-4059.html

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Os 50 anos do Cristo-Rei

A minha singela homenagem ao cinquentenário monumento que, estando em Almada, tornou-se num dos símbolos da região de Lisboa. A imagem abaixo foi extraída do filme de uma outra inauguração, a do Estádio do Restelo, casa do meu querido Belenenses - em 23 de Setembro de 1956:




Repare-se como era diferente a paisagem: ainda não havia ponte, e do monumento ao Cristo-Rei ainda (ou já, considerando a data) só existia o "pedestal".
Permitam a nota de um adepto Belenense. Na esplêndida vista que temos do nosso estádio, o Cristo-Rei também se tornou especial companheiro de tantas jornadas. Por graça (sem malícia) diz-se que os braços abertos estão à espera do Belenenses novamente campeão para bater palmas...

Ao falar no Cristo-Rei é icontornável a referência e inspiração do Cristo Redentor do Corcovado, no Rio de Janeiro. No entanto, em território português, outro monumento vem à minha memória - o Cristo do Garajau (Madeira). É mais modesto (em tamanho, note-se), mas mais antigo. Foi inaugurado em 1927 (4 anos antes do Cristo "carioca"):




Sobre o Cristo do Garajau podem encontrar mais detalhes (e a foto) aqui. De recordar que, durante décadas, o monumento do Garajau era visível a praticamente todos os que chegavam à Madeira (uma vez que o faziam por barco).

E para terminar, uma imagem actual do monumento "anivesariante":


terça-feira, 12 de maio de 2009

Memórias musicais de Lisboa: A estreia de Tristão e Isolda

Em mais uma visita ao Arquivo Fotográfico Municipal online, lembrei-me de pesquisar pelo termo "ópera". Não são muitos os resultados (há acervos da especialidade melhor dotados, naturalmente), mas ainda assim suficientes para iniciar estas "Memórias".

Portugal sempre esteve (e está) na periferia da Europa "operática" (ou artística em geral, na verdade). No entanto, tal não impediu (nem deveria impedir) a passagem de grandes artistas por Lisboa, em representações memoráveis (não raras vezes com excelente acompanhamento de artistas portugueses).
Aqui temos dois desses artistas, Cecilia Gagliardi e Francesc Vinyas (nome em catalão actual), fotografados em Lisboa (1908) como Tristão e Isolda (Wagner):



Chamou-me a atenção a peculiar indumentária "wagneriana", em versão de início do Século XX, mais que tudo.
Porém, ao tentar pesquisar algo mais sobre estas fotos, segui o "fio" de um episódio histórico...

Acontece que a apresentação do "Tristão" em 1908 foi a sua estreia absoluta em Portugal... nada mais nada menos que no dia 1 de Fevereiro, em que foram assassinados no Terreiro do Paço o Rei e o Príncipe Real (seguindo-se a execução dos atiradores). Estava aliás prevista a presença da Família Real nessa estreia, no Teatro de São Carlos, o que obviamente não se verificou. Quanto à estreia, não sei ao certo se acabou por ser naquele dia ou nalgum dia seguinte, mas aconteceu.

Quanto a Vinyas (nascido na Catalunha) e Gagliardi (nascida em Roma), alcançaram fama nesse tempo, deste e do outro lado do Atlântico. De Vinyas há registos sonoros, editados em disco. De Cecília Gagliardi, parece que não. Se não me falha a fonte, Puccini escreveu a Toscanini para que Gagliardi fosse a primeira Fanciulla del West na estreia europeia da obra (prevista para ser em Roma - a estreia absoluta foi no "Met" de Nova Iorque). Tal acabou por não acontecer, pois Gagliardi comprometeu-se como "Aïda", noutra produção (Verdi).
Finalmente, penso que já terá dado para perceber que o primeiro "Tristão" de Lisboa foi cantado... em italiano! No São Carlos, e até esse mesmo ano, era essa a regra...

Fonte:
Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sobre a bandeira de Lisboa

A bandeira de Lisboa, tal como "definitivamente" estipulado em 1940 por proposta da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, é assim descrita:
Gironada de branco e negro de oito peças [os "triângulos"], com o brasão de armas sobreposto. Cordões e bolas de prata e negro. Haste e lanças douradas [estandarte]. Como a peça principal das Armas é o barco, que é de prata e negro, a bandeira é branca, representando a prata, e a negro.


Quanto ao brasão:
Armas de ouro, com um barco exteriormente de negro realçado de prata, e interiormente de prata realçado de negro, mastreado e encordado de negro, com uma vela ferrada de cinco bolsas de prata. A proa e a popa rematadas por dois corvos de negro afrontados. Leme de negro realçado de prata. O barco assente num mar de sete faixas onduladas. Coroa mural de ouro de cinco torres. Colar da Torre e Espada. Listel branco com os dizeres ‘Mui Nobre e Sempre Leal Cidade de Lisboa’ a negro.




Aquela que é hoje a bandeira municipal do Concelho de Lisboa tem origens antigas, entrelaçadas com alguns dos mais importantes momentos da história da cidade (e em simultâneo, do País) mas também, inevitavelmente, com as referências religiosas que marcaram aqueles acontecimentos e a própria sociedade, ao tempo em que ocorreram.
Na revisão de 1940, após séculos de sucessivos golpes de "heterodoxia", pretendeu-se um regresso à heráldica original, na medida do possível, para - entre outras razões - preservar os significados originais. Por esta mesma razão, que é válida quanto baste e porque esse regresso foi, em larga medida, conseguido, não irei tratar aqui da evolução dos símbolos, entendida como um prolongado e sinuoso desvio... ainda que de inegável interesse (para outra ocasião e outra perspectiva).

Mas, ainda antes de passar às origens, permitam um pequeno e leve comentário sobre o aspecto visual da bandeira, e o que suscita. Desde logo, uma cor parece ter predomínio estranho, se ignorarmos origens e significados: o negro (se não reparou, leia de novo a descrição inicial e conte).
Para uma cidade poética e insistentemente associada à luz, à claridade, o negro apela para as suas sombras, para os seus recantos, para a noite... ou para o luto. E por luto... estão lá os corvos, fúnebres sentinelas que acompanham os restos mortais do Santo.
Temos um contraste entre o que em Lisboa se contrasta, mas também se complementa: a alvura da cidade, do seu casario, e das igrejas; mais o negro da estimada e afamada melancolia, cantada em fados, entre outros tratos. A aparência e o sentir.
Se olharmos para as origens, porém, nada disso importa. Poder e Fé, por esta ordem, falam mais alto. Afinal, não é do que tratam as bandeiras?

Sendo certo que sofreu várias transformações pelo caminho (as quais não vou tratar neste artigo, repito), pode dizer-se com alguma segurança que a actual bandeira de Lisboa tem origem naquela que terá surgido após a "revolução" ou "crise" de 1383-1385 (conjunto bandeira e brasão, note-se, pois o brasão é anterior). A melhor prova temo-la na bandeira de Ceuta, cidade que mantém desde a sua conquista (1415) até hoje uma bandeira igual à de Lisboa (com excepção do brasão, que no entanto é o de Portugal). Reza a crónica de Azurara que, uma vez tomado o bastião magrebino, El Rei D. João I pediu (ou ordenou) a João Vasques de Almada que colocasse a bandeira da cidade de Lisboa, que este trazia, no alto do Castelo (supostamente à falta de estandarte real). De notar o significado particular deste acontecimento para o estatuto da cidade de Lisboa, em novo contexto histórico.

Que o brasão - de S. Vicente - tem origem anterior, é certo, e já lá vamos. Mas, sobre a bandeira propriamente dita ("gironada" de negro e branco), consta que foi o próprio João da Regras que sugeriu o formato, à imagem do escudo da Ordem de São Domingos, por ter sido no importantíssimo e central mosteiro daquela ordem que o povo de Lisboa aclamou o Mestre como "Regedor e Defensor do Reino". Com efeito, as oito peças negras e brancas estavam no escudo da Ordem de São Domingos (também conhecida como Ordem dos Pregadores). E lá continuam, até hoje...
Quanto à relação entre o Doutor João das Regras e a Ordem de S. Domingos, há mais que contar.
Como uma de várias recompensas pelos serviços prestados, D. João I doou ao jurista os terrenos da Quinta de São Domingos, onde viria a erguer a igreja de São Domingos de Benfica, onde aliás estão ainda hoje os restos mortais de João das Regras. Não bastando isto - mas é facto menos divulgado - saiba-se que foi na cidade de Bolonha (onde João das Regras se formou) que faleceu o próprio São Domingos, pouco mais de 150 anos antes. Isto depois de ter tornado aquela cidade uma verdadeira "capital" daquela ordem. Acasos? Não creio, seguramente.
Devemos às andanças de João das Regras por Bolonha o facto de termos a bandeira negra e branca? E, algures no Largo de São Domingos e actual igreja, poderemos recordar o local inspirador...


Escudo da Ordem de S. Domingos (ainda actual)


Passo então à origem do brasão... sumariamente, pois há abundante literatura, como houve abundantes variações do mesmo, ao longo destes séculos.
A famosa barca de São Vicente, com os corvos, é símbolo que remonta aos primeiros tempos da cidade após a conquista aos mouros, mais concretamente ao momento em que chegaram as relíquias do Santo à cidade (1173) - assunto que tenho abordado com frequência neste blogue. Tendo em conta que o primeiro foral foi concedido em 1179, terá sido por esta altura que o Concelho foi autorizado a utilizar os símbolos vicentinos no selo da cidade - do qual chegou até nós um exemplar datado de 1233.
É de lembrar que a intenção de Afonso Henriques, de resgatar as relíquias, era anterior à conquista de Lisboa, e poderia ter favorecido Braga ou Coimbra. No entanto, goradas as anteriores tentativas, coube a sorte a Lisboa. Segundo relato coevo (os Miracula Sancti Vincentii, escritos entre 1173 e 1185), foi o próprio São Vicente que teve "preferência" por Lisboa, um "milagre" (a par de outros) com significado bem mais terreno (ver Picoito, 2008):

(...) porque a ele [S. Vicente] lhe aprouvera ser venerado de preferência pela gente de Lisboa e a intenção do rei era, pelo contrário, depositá-lo em Braga ou em Coimbra, já que a misericórdia divina ainda não lhe entregara Lisboa (...)

Por intervenção sobrenatural ou não, não se deu o caso (ou acaso), com o qual S. Vicente, os corvos e a barca ficariam arredados da história e dos símbolos lisboetas (estariam presentes em Braga ou Coimbra?).


O Selo de 1233


Das múltiplas variações que sofreu o brasão, há que referir que a dado momento poderá ter incluído a imagem do próprio Santo. Assim sugere um documento relativo à escolha do santo padroeiro da cidade do Funchal, por exemplo, onde se refere expressamente que o dito padroeiro (São Tiago Menor, o ápostolo) deve figurar no brasão da diocese tal como São Vicente figurava então na bandeira de Lisboa. Ou seria apenas na bandeira da diocese? Teixeira de Carvalho e Virgílio Correia, nos seus "Subsídios para a História da Arte Portugueza" (1922), referem:

A Bandeira de Lisboa no Reinado de D. João I tinha huma pintura de S. Vicente, Protector da nossa Capital e consta que esta Bandeira fora arvorada por João Vasques de Almada no Castello de Ceuta, quando o mesmo Rei tomou aquella Cidade.
E até 1383, teve a cidade alguma bandeira? Há quem assegure que sim, e é muito provável. Na própria "Crónica de D. João I", de Fernão Lopes, temos referências a bandeiras "regionais", empunhadas em plenas pelejas - não só da cidade de Lisboa, mas também de várias vilas de Portugal (como a de Elvas, por exemplo). Não parece que tal costume fosse uma das inovações militares da época.
Mas quando é que essas bandeiras primeiro apareceram, a par de bandeiras senhoriais, bandeiras das ordens militares, religiosas e, enfim, da bandeira régia? Fica a questão em aberto.
E antes da reconquista cristã (nos períodos muçulmano e romano, por exemplo)? Que símbolos teve a cidade? É outra questão em aberto... sem quaisquer vestígios até à data que permitam esboçar uma resposta.

Quanto ao brasão (esse sim, anterior), também há quem fale num corvo (não dois)... e uma águia. É curioso, pois as lendas falam de um corvo apenas... quer a lenda do martírio (em Saragoça), quer certas versões da lenda da viagem das relíquias (desde o Algarve até Lisboa). Não cabe aqui aprofundar a questão dos corvos e respectiva simbologia (tema vastíssimo!). Já referimos a origem que consideramos verosímil e fiável, por ratificação ou ordem de Afonso Henriques, mas temos também bastantes provas da utilização "pública" daqueles símbolos nas décadas seguintes. A lápide do Chafariz do Andaluz (1336) é talvez a mais importante (das ainda hoje existentes) e a evidente semelhança com o actual símbolo reforça, uma vez mais, que a revisão de 1940 significou um regresso às origens. Nesta ocasião refere-se expressamente que o modelo naval utilizado "deve figurar como uma estilização das linhas gerais de um barco e não como um tipo de construção naval de acordo com o desejo de cada época" (após a utilização dos mais variados tipos, desde galés romanas a naus, caravelas e galeões - por aquele andar hoje teríamos fragatas?). Assim, a semelhança com o Chafariz é involuntária? Ou teve a mesma idéia - feliz, diga-se - o escultor de 1336?
Quanto aos corvos... são dois, pois.


Pormenor do Chafariz do Andaluz (1336): a referência


Como referi no início, dois momentos importantes da história de Lisboa inspiraram a bandeira da cidade. O primeiro, de conquista, derrota do poder mourisco, consolidação do Reino de Portugal, afirmação do Rei entre a Cristandade, consagração de Lisboa - "reconvertida" - à mesma Cristandade, conciliando a fé antiga de moçárabes e portugueses, sob os auspícios de São Vicente.
Quanto ao segundo momento, temos grandes diferenças, mas igual peso na história. Trata-se de outra "era" que começa, como refere Fernão Lopes, algo que tem tido múltiplas interpretações (e não raramente equívocas do ponto de vista histórico). Mas, para o caso de Lisboa, penso que não erraremos muito ao considerar que a crise de 1383-85 ficou marcada pela afirmação da cidade, do seu poder, e pela firme determinação dos lisboetas, sem as quais teria fracassado o movimento do Mestre, Nun'Álvares, João das Regras, Álvaro Pais e respectiva companhia. Ali, com a benção de S. Domingos de Gusmão e dos seus frades, de negros mantos (a condizer).
Se no primeiro momento tivémos conquista, no segundo tivémos defesa. Conquista e defesa de Lisboa, mas também conquista e defesa da independência de Portugal.

Gostaria ainda de mencionar alguns outros aspectos e momentos históricos associados à bandeira de Lisboa. Já referi o episódio de Ceuta, que tomou bandeira semelhante e a manteve, mesmo depois de 1640. E por falar em 1640, logo após o sucesso dos conjurados, no Paço (e para mal do Vasconcellos), foi o povo invadir o Senado de Lisboa, onde o respectivo presidente lhes entregou a bandeira da cidade, para proceder à proclamação do novo rei (D. João IV).
Outro facto, bem mais recente, é relacionado com a "reforma" da heráldica municipal efectuada nos anos 30 do Século XX. Foi com base na bandeira de Lisboa - e portanto, indirectamente, no brasão dos dominicanos - que ficou estabelecido que todas as bandeiras municipais (municípios cuja sede seja cidade) deveriam ser também "gironadas", com as mesmas partes (com cores próprias, naturalmente). A centenária bandeira foi modelo para todas as outras...


A bandeira de Ceuta



Fontes:
Margarida Fragoso, "O Emblema da Cidade de Lisboa", 2002
Pedro Picoito, "A Trasladação de S. Vicente. Consenso e Conflito na Lisboa do século XII", Revista Medievalista, nº4, 2008
Marina Tavares Dias, "Lisboa Misteriosa", 2004
Teixeira de Carvalho e Virgílio Correia, "Subsídios para a História da Arte Portugueza - Collecção de memorias (...)", 1922


Online:
Câmara Municipal de Lisboa (http://www.cm-lisboa.pt/?idc=2)
Bandeiras (http://www.tuvalkin.web.pt/terravista/Guincho/1421/bandeira/pt-lsb.htm)
Igreja de São Domingos (http://www.isdomingos.com/index.asp?art=6534 )

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O DL no DN

Fomos contactados para entrevista, mas não deu (má altura para nós). Mesmo assim, este nosso blogue teve direito a menção - para nós honrosa, para mais em ilustre companhia "blogueira" - em artigo publicado por Rui Pedro Antunes no Diário de Notícias:

Agradecemos a atenção!
Quanto ao recorte, tomámos a liberdade de obtê-lo no incontornável Cidadania LX.

Link para a referência "online": http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1213293

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O DL recomenda: em Beja

Tem muito para ver a cidade de Beja (e arredores). Para os amantes de história, porém (e excluindo os ditos arredores, por agora), convém anotar:

Museu Regional de Beja (Museu Rainha D. Leonor) - não esquecendo o Núcleo Visigótico, instalado na Igreja de Santo Amaro

Espaço Museológico da Rua do Sembrano

Este último espaço é uma "janela" aberta para uma pequena parcela do subsolo da cidade: caminhando sobre o chão de vidro resistente é possível vislumbrar as ruínas postas a descoberto. Uma dessas ruínas, curiosamente, veio contribuir para a falência de uma "certeza" tradicional da história de Beja. Até há relativamente pouco tempo acreditava-se que Pax Julia teria sido uma cidade fundada pelos romanos, de raiz. Contudo, foi encontrada e identificada naquele local parte de uma espessa muralha pré-romana... sinal inequívoco da existência da cidade antes dos romanos, em algum momento da chamada Idade do Ferro.

Assim sendo, também o estudo da romanização e proto-história de Beja pode dizer muito sobre igual momento da cidade de Lisboa. Parece ser ponto assente que, logo após a derrota de Viriato, surgindo a empresa de Décimo Júnio Bruto a partir de Lisboa (que "fortificou"), o território a Sul do Tejo já não deveria constituir problema para os romanos.
Seria Beja parte de um território amigável - região "tartéssica" ou "cónia" - que afinal de contas também respirou de alívio com o fim de Viriato (e antes, dos Cartagineses)?
Serão aqueles vestígios da própria Conistorgis, cidade principal dos Cónios, destruída pelos Lusitanos? Ironicamente, talvez o tempo o diga...