segunda-feira, 30 de abril de 2007

Eleições no Melhor do Mundo

O passado fim de semana foi de eleições no mui alfacinha e mui português Clube de Futebol "Os Belenenses", emblema a que Deus Nosso Senhor me concedeu a Graça de poder pertencer e que, entre outras benesses, permitiu-me passar uma noite de Domingo dedicada a coisas verdadeiramente elevadas para o espírito.

Com mais de dois mil sócios a acorrerem à urnas no Pavilhão Acácio Rosa (aquele "serrano" que tanto fez pelo desporto em Lisboa), foi reeleito Cabral Ferreira, que promete continuar a boa senda desta época, à boa maneira do Belenenses, isto é, sem craques, sem alaridos, sem "apitos", sem dinheiro por aí além e sem apoios municipais/regionais ou do Estado.
E no outro dia, na meia-final da Taça, cantou-se nas bancadas do Restelo "Cheira bem, cheira a Lisboa"...
O Belenenses tem adeptos de Norte a Sul e nas Regiões Autónomas, mas gosta de honrar o seu berço, como clube de gente de bem (e não de gente "bem", como muitos pensam).

De ouvido - Franz Ferdinand

Datam de 2004 e 2005 os dois álbums dos escoceses Franz Ferdinand, que desde então têm feito furor. Mas como o furor normalmente não me chega, levei algum tempo até me decidir pela sua aquisição, já com uma baixa expectativa de arrependimento... que efectivamente não sinto. É "boa malha" sim senhor.

Comecei pelo fim, isto é, pelo segundo álbum intitulado "You Could Have It So Much Better". Agradou-me de sobremaneira.
Fiquei de aviso para quando encontrasse o primeiro, o que veio a acontecer há poucos dias. Já tinha lido algures que nada ficava a dever ao segundo... e assim é.

É deveras refrescante o som dos Franz Ferdinand no actual panorama musical, uma vez que retoma excelentes referências de outros tempos, com segurança e novidade quanto baste, contrabalançando a tendência para a qual resvalou a "brit-pop".

A voz e certas músicas fazem sem dúvida lembrar os Pulp, mas a forte presença das guitarras, mais "agresivas", puxa mais para o lado de bandas como os Strokes, com um cheirinho aqui e ali (mais "soft") de Blur ou Talking Heads (e ainda bem, porque não era fã por aí além dos Pulp). Nas letras e também na voz há ainda um certo ar "morrisseiano" e por isso não estranha que já tivessem feito aberturas de concertos do ex-Smiths.
Misturando tudo, curiosamente, lembrei-me de uma outra banda (e pelos vistos não fui o único): os velhinhos Kinks. Afinal de contas, escuto nos Franz Ferdinand o mesmo género de rock que foge das massas (ou não chega lá) mas que não enjeita uma boa dose de lirismo. Acrescente-se a dançabilidade e reencontram-se dois estilos com a mesma origem mas que andaram desavindos, um pelos terrenos do punk e afins, outro pelos terrenos da mais ligeira pop. Isto embora os FF prestem juramento ao Pop, mas bem sabemos como há Pop e Pop...

O som dos FF não engana e dá para lavar e durar. Por isso recomendo.
E é bom encontrar novas bandas que sem serem exactamente "retro" vão buscar o que há de bom no baú de recordações e põem-no como novo. Agora não estraguem o produto, começando pelas capas dos discos, que não precisam de mais nada. É aquilo e chega.
Consta que estão a escrever novas canções e por isso preferiram quase não sair à rua este ano, porque já estão fartos de repetir sempre as mesmas músicas nos concertos. Também é um bom princípio.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Morreu Rostropovich

Morreu hoje Mstislav Leopoldovich Rostropovich, o famoso e virtuosíssimo violoncelista russo que, certo dia, já não sei bem quando, vi e ouvi tocar em Lisboa - entre outras obras, o monumental Concerto para Violoncelo em B menor de Dvorak (que já antes disso constava na minha colecção de CDs, em gravação da Erato, um excelente disco recomendável a todos os melómanos).

O Mundo também o ficou a conhecer melhor quando resolveu interpretar obras de Bach junto ao Muro de Berlim ao mesmo tempo que os berlinenses, naquela jornada histórica, destruíam a barreira que durante anos separou o Leste do Ocidente. O Leste que viu nascer Rostropovich e o Ocidente que o acolheu devido às suas convicções.

Nasceu em Baku (no Azerbeijão) e foi aluno de grandes mestres, entre os quais os geniais Chostakovich e Prokofiev. Morreu em Moscovo.
Até o gélido e ex-KGB Putin lamentou a perda.
Nós também...

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Vai abrir o túnel...

Amanhã será finalmente inaugurado o famoso Túnel do Marquês, após isto (retirado do Diário Económico):

- Custo: cerca de 19 Milhões de Euros (ainda não definitivos)
- As obras tiveram início a 18 de Agosto de 2003 e duraram 43 meses
- Revestimento Cerâmico: aproximadamente 1.4 milhões de azulejos
- Iluminação: 1.200 lâmpadas
- Número de Trabalhadores: 100/dia em média, num total de 19.628 horas.
- Comprimento Total: 1.725 metros.
- 3 Entradas e 6 saídas.
- Estacas: 2 mil.
- Tráfego esperado: 50 mil veículos/dia

Em jeito de redacção escolar, diria que a inauguração do Túnel do Marquês é muito boa notícia, muito importante, porque vai ajudar a resolver um dos mais graves problemas de Lisboa: o das obras do Túnel do Marquês.

Estive à procura de um diagrama ou planta para saber onde é que se pode entrar e sair do túnel, mas não o encontrei. Espero que não me faça falta.

Ligeira reformulação

Por ser evidente a minha dificuldade em preencher este espaço com conteúdos unicamente dedicados a Lisboa decidi alargar um pouco o âmbito deste espaço.
À mesma resisto à tentação de transformar este blog... num blog. Isto é, um espaço mais intimista, de desabafos, enfim, um verdadeiro "diário em rede" (afinal a tradução de "web-log", há muito mastigada para "blog").
Mas andará lá perto.

Mesmo sem que haja relação directa com Lisboa, pretendo colocar aqui mais prosas sobre música, cinema e livros. É isso.
Só para não estranharem, que o dono do estabelecimento continua a ser o mesmo!